De 2 a 4 de Março, em Fátima, os consagrados reuniram-se no Encontro Nacional da Vida Consagrada intitulada “Sinais de esperança da vida consagrada no mundo”. O principal sinal de esperança que encontramos é o rosto de cada consagrado, no encontro, na partilha dos seus desafios, das suas fragilidades e alegrias. Encontramos a comunhão alimentada no desejo de Deus e na procura do serviço do outro, o querer aprofundar a sua esperança para poder ser sinal de esperança para o mundo!
Marcou, de forma muito contundente estes dias, a partilha da teóloga Cristina Inogés Sanz, membro da assembleia sinodal. Como pano de fundo, ela falou da sinodalidade como modo de ser e de viver que exige a conversão das relações, pois todos somos chamados a ser escritores vivos do evangelho.
Dizia aos consagrados: “Temos de fazer-nos uma pergunta: que vida consagrada queremos? Vamos encarar este tempo como uma montanha de insuperáveis momentos ou de oportunidades? Vamos eleger o medo que paralisa ou o desejo de mudar para melhor?”
Estamos a viver uma montanha de oportunidades, sublinhava. Temos de criar comunidades para dentro e para fora, sem medo da autocritica e de critica construtiva que permite a fidelidade e envolvimento de todos. Contar com o contributo de todos, de todas as gerações, na vivência da interculturalidade. Alertou para a necessidade de passar do poder à autoridade, numa liderança como espaço relacional, baseada na escuta e coresponsabilidade. Além de alargar o horizonte da missão, compartilhada com os leigos, vinculados ao mesmo carisma, não só na ação, mas também na oração e contemplação, fez-nos refletir sobre a forma como nos escutamos, aproximamos, vivemos juntos.
Ficou a soar o apelo a ser Igreja de outra maneira, numa nova forma de viver como consagrados em que devemos permanecer mudando, encontrando, sendo filhos e discípulos, verdadeiros peregrinos de esperança!
“oceano no qual me mergulho e perco” (MI)
Em Deus, a nossa vida encontra o sentido, o seu lugar. Às voltas com Deus, voltamos a casa. Somos procurados, amados e enviados. Somos, infinitamente, buscadores apaixonados de Deus. Vivemos mergulhados no silêncio, na oração, na contemplação, no serviço e no encontro, trilhos que permitem a escuta e o espanto perante a possibilidade do Outro, de ser palavra sua e reino seu, espaço de bondade e beleza que revela Deus.